terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Funcionários da UPA de Cabo Frio procuram donos de cadela vira-lata

Fotos Renata Cristiane



RIO - Funcionários da UPA de Cabo Frio, na Região dos Lagos, estão tentando localizar localizar os parentes do dono da cadela vira-lata que está na porta da emergência há 15 dias, mas ainda não conseguiram. Apelidada de Caramelo, ela chegou ao local acompanhada do seu dono, que veio numa ambulância e acabou morrendo quando era atendido. Desde então, o animal não deixou o local.

Na manhã desta terça-feira, parentes de pacientes que aguardavam atendimento tentaram alimentar e fazer carinho na cadela, mas ela só aceita comida dada por Sidney Gomes, de 67 anos, que vende salgadinhos numa Kombi estacionada na porta da UPA.

— Ela só gosta de pastel de forno recheado de carne ou de frango — disse Sidney.
Caramelo continua arisca. A mulher de um pastor que está internado na UPA disse que, no sábado, ela foi atrás de um carro prata, achando que seria dos parentes do seu dono. Mas ao se aproximar, viu que as pessoas eram desconhecidas e voltou para a porta da UPA. Seu dono morava no bairro Guarani.

Segundo o veterinário João Gustavo Wassita Nogueira, que trabalha na Suipa (Sociedade União internacional protetora dos animais), o animal provavelmente está num quadro de depressão. E a solução ideal seria os familiares do falecido irem buscá-lo e acolhê-lo, já que são pessoas que ele conhece.

— É muito comum os cães entrarem em depressão com a morte do guardião. Em muitos casos, eles não querem comer ou beber água e podem morrer em pouco tempo. A primeira providência a ser tomada no caso deste animal é tentar localizar a família para ver se eles querem ficar com ele. Casos não queiram, o ideal é que ele seja logo adotado por alguém, pois, do jeito que ele está, triste e deprimido, não teria a atenção necessária num abrigo — disse o veterinário.
De acordo com o veterinário, caso Caramelo seja adotado por uma nova família, ele passará por um período de adaptação ao novo guardião, que pode demorar até três semanas.

—— Neste momento ele precisa de muito carinho e atenção. Mas, com paciência e muito carinho, é possível conquistar sua confiança —explicou o veterinário da Suipa.
Isabel Cristina Nascimento, presidente da Suipa, lembra que histórias como a de Caramelo são muito comuns:

— Temos histórias famosas, como a do cachorro chuchu, que na década de 70 morou uns 6 anos no Cemitério do Caju, onde o guardião havia sido enterrado. Aqui no Centro, perto do Souza Aguiar, já me falaram que tem um cachorro vira-lata que vive ali pelas redondezas desde que o dono morreu ao dar entrada no hospital. São histórias muito tristes. Este animais esperam seus donos voltarem — diz Isabel.


Um comentário:

  1. Mas e agora, o que podemos fazer para solucionar o problema da cachorrinha? Poxa toda hora uma notícia dela, mas precisamos ver um jeito de ajuda-la de alguma forma.
    A disposição

    Janaína

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