quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Guarda Municipal morto pela PM é sepultado em Búzios

Familiares afirmam que GM não estava dando tiros a esmo conforme relataram os policiais que atiraram contra ele

Ana Lúcia de Oliveira

Cortejo leva corpo para velório/ Fotos Folha de Búzios
Sob forte comoção, foi suputado na manhã desta quinta-feira (17), o corpo do guarda municipal Roberto Ferreira do Nascimento, 44, morto por policiais militares, no início da madrugada de quarta-feira (16), na porta da casa dele, na Vila Verde, em Búzios. Familiares e colegas de trabalho contestam a versão da PM. Na versão dos policiais, o GM Ferreira estaria atirando a esmo, na porta da casa dele, o que teria assustado a vizinhança. Os PMs afirmam, ainda, que o guarda municipal, vítima de surto, teria recebido a viatura policial com sob muitos tiros. O que motivou o revide, que atingiu a perna do guarda. Mas, os tiros que serviriam para imobilizar, acabou matando Roberto, já que uma das balas atingiu a veia femoral, fazendo a vítima sangrar até a morte.

O corpo do guarda municipal foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) de Cabo Frio, na tarde de quarta-feira, por volta das 14h, sendo encaminhado para o velório em seguida. Ao chegar em Búzios, um cortejo composto por guardas municipais, levou o corpo até a capela da Igreja de Sant'Anna, na Praia dos Ossos, onde seguiu o velório. 


Roberto Ferreira do Nascimento
O caso comoveu toda a cidade. A Prefeitura de Búzios decretou luto oficial de três dias. Em nota oficial, o poder público informou que Roberto era um guarda municipal exemplar há 13 anos, dos quais dez anos como concursado.  

"Nascido no Rio de Janeiro, em 17 de maio de 1969, e morador de Búzios há mais de 20 anos, Roberto atuava como guarda municipal há 13 anos, dos quais dez como concursado.
O caso segue sob investigação na 127ª DP (Búzios). Roberto Ferreira do Nascimento deixa seis filhos. A Guarda Municipal de Búzios lamenta o falecimento do funcionário que deixa um histórico de bons serviços prestados ao município, sendo querido por toda a corporação. Conhecido por apresentar uma conduta exemplar, o guarda não tinha antecedentes de faltas, problemas disciplinares e conflitos no cumprimento de sua função", descreve a nota.

O comandante do 25º Batalhão da Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Samir Vaz Lima, passou a tarde de quarta-feira (16), em Búzios, acompanhando o caso de perto. Nem ele, nem o delegado comentaram sobre as investigações. Eles apenas afirmaram que vão ficar atentos às investigações. Uma sindicância interna foi instaurada na PM.

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Família quer que caso seja 
investigado com rigor

Familiares muito abalados evitaram de falar com a imprensa. Uma prima de Roberto, foi nomeada entre eles como porta-voz. De acordo com Elizangela Ferreira, disse que a família quer justiça. Todos afirmam que o guarda municipal não estava atirando a esmo e a atitude dos policiais foi arbitrária. 

"Queremos que a investigação seja feita e que vá até o fim, para que este não seja um caso como outro qualquer, que caia no esquecimento mais tarde. Queremos que sejam punidos quem fez essa covardia", disse Elizangela.

A Associação dos Guardas Municipais de Búzios está se mobilizando para que o caso seja investigado e chegue a uma conclusão. Na manhã de sexta-feira (18), uma comissão de GMs, se reunirá com o deputado estadual Jânio Mendes, que é membro da Comissão de Direitos Humanos, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O objetivo da reunião é para a abertura de um inquérito na Casa Legislativa para a apuração do caso.

Um comentário:

  1. Se o guarda estava atirando cade a arma ?
    Quantas projetil foram usados nos tiros dado pelo guarda?
    Cade as cápsulas deflagradas da mesma arma?
    São muitas perguntas e poucas respostas.

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