quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Cabo Frio: Homem morre ao cair de bicicleta e remoção do corpo ocorre 6h depois

Longa espera de seis horas


A tragédia do servidor público Carlos Gilberto Cerqueira da Silva, de 50 anos, revelou a inoperância fruto da burocracia da "Delegacia Legal" em todo Estado do Rio de Janeiro.

Gilberto morreu, por volta das 17h desta quinta-feira (30), de forma surpreendente, ao ser atingido na cabeça pelo guidon de sua própria bicicleta, que quebrou ao passar por um buraco na Rua do Moinho, no Peró, em Cabo Frio. Testemunhas disseram que após a queda, ele bateu a cabeça no chão com tamanho impacto, que espalhou massa encefálica no asfalto. 
Peritos tiraram corpo da rua e puseram na calçada

Corpo de Bombeiros chegou com rapidez. Os peritos da 126 D.P vieram logo em seguida e os procedimentos foram tomados agilmente para remoção. Mas eis que; "o sistema caiu". Logo, a internet não estava funcionando na Delegacia Legal, inaugurada há menos de um ano pelo governo do Estado. Com isso, a guia de remoção não pode ser emitida devido a uma numeração gerada no sistema. Conclusão: mais de quatro horas de espera pelo rabecão. População revoltada, autoridades tentando ajudar, policiais tentando se articular, tudo a fim de diminuir o sofrimento dos familiares e moradores do bairro.
Chão lavado pela moradora, mas as marcas persistem

População revoltada com demora
Um drama trágico que foi testemunhado por dezenas de pessoas, por horas a fio. Simplesmente, porque a remoção de um corpo não pode ser solicitado numa guia de papel. O uso de documentos preenchidos de forma manual ou com máquinas de escrever foram banidos na nova fase da delegacia do município. Ou seja, o que a população ansiava, na expectativa de ter agilidade e rapidez acabou virando um entrave burocrático. O que era para facilitar, atrapalhou, pois com as quedas constantes de internet, o problema vem acontecendo com alarmante frequência. Recentemente, o problema aconteceu no mesmo bairro.

Peritos, policiais, bombeiros, sub-prefeito. Todos de mãos atadas esperando o sistema retornar. Quem esteve presente ficou revoltado. Uma jovem conhecida da vítima, que prefere não se identificar, estava indignada:

Peró mais uma vez sofre com remoções 
- Um absurdo. Um trabalhador de bem. Morreu desde 17h e até agora nada (22h). A dona da casa em frente de onde ocorreu o acidente teve que jogar água para lavar o local e retirar os miolos dele das vistas da gente. Uma cena horrível. Ninguém merece isso - declarou revoltada.

O rabecão chegou finalmente às 23h, a pedido do delegado, que abriu um precedente diante do apelo vindo de várias pessoas, mesmo sem a volta do "tal" sistema. 

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