terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Educação Ambiental marca férias de universitários


 
 A missão é sensibilizar a população para a importância de um dos cartões-postais mais visitados de Cabo Frio

 Sol, praia e uma paisagem encantadora. Este cenário, ideal para o descanso e lazer, foi escolhido por um grupo de estudantes para a prática de Educação Ambiental. Desde o início do ano, nas manhãs de domingo, alunos dos cursos de Gestão Ambiental e Engenharias da Universidade Veiga de Almeida (UVA) se reúnem para levar informações aos visitantes do Parque Municipal Boca da Barra, em Cabo Frio, onde está localizada a Ilha do Japonês.

Com a missão de sensibilizar as pessoas, os alunos dedicam tempo a cada visitante, explicando a singularidade do local, que abriga alguns tesouros naturais. Em seguida, o público recebe um folder explicativo e uma sacola para colocar o lixo produzido durante o passeio, que deve retornar para o descarte em local adequado.

O professor Eduardo Pimenta, que utiliza a área como sala de aula há alguns anos, observa que um dos maiores problemas é o lixo abandonado, que polui o solo e a água, além de se tornar “alimento” fácil para as espécies. O uso inadequado do fogo, especialmente em fogueiras, que podem se transformar em incêndios florestais, os danos à flora e o pisoteamento da vegetação também são hábitos prejudiciais ao ecossistema.

Os reflexos da ação, realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, já podem ser percebidos. A proibição de veículos motorizados na trilha e o ordenamento do estacionamento já estão em vigor. “A receptividade do público tem sido muito boa. As pessoas se sentem incomodadas em sujar uma área que está sendo limpa e organizada”, lembra o professor, que destaca, ainda, o apoio dos quiosqueiros e do serviço de limpeza pública.

Desdobramentos

Além do caráter educativo, os estudantes utilizarão os dados coletados durante o trabalho para o desenvolvimento de pesquisas científicas. Professor Pimenta lembra que, a exemplo do que já ocorre em áreas de preservação como Fernando de Noronha (PE), Abrolhos (BA) e Ilha do Mel (PR), é necessário elaborar um estudo de capacidade máxima de carga de usuários, garantindo o uso sustentável do ambiente.

 Lugar de vida




O Parque Boca da Barra é uma área de proteção ambiental, que integra o Parque Estadual da Costa do Sol. Abriga espécies botânicas raras e endêmicas, remanescentes da Mata Atlântica, como exemplares de pau-brasil, de cactos, bromélias e orquídeas. Um manguezal, sambaquis, costões rochosos e o início da Lagoa de Araruama também estão dentro da área. Para aqueles com um pouco mais de disposição, é possível subir a trilha até o antigo Farol da Lajinha, que possibilita uma visão panorâmica da Praia do Forte e segue até o município de Arraial do Cabo.


 No local, também foi identificado o Formigueiro-do-Litoral, uma ave endêmica, que está em oitavo lugar entre as mais ameaçadas de extinção no estado do Rio de Janeiro. “Temos razões de sobra para preservar este local, de importância biológica, geográfica e histórica”, ressalta o pesquisador.

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