quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Municípios se reúnem em Cabo Frio para buscar soluções na Segurança Pública

Policiamento subsidiado por prefeituras e vigilância digital são propostas para melhorar policiamento na região



Diogo Reis (texto e fotos)

Enquanto a população da Região dos Lagos cresceu cerca de cinco vezes (de cem mil para meio milhão, segundo IBGE) nos últimos 37 anos – quando o 25º Batalhão de Polícia Militar (BPM) foi criado – o policiamento passou de 400 para pouco mais de 800 homens nesse tempo. O problema do efetivo é uma realidade em toda corporação e, cientes disso, autoridades se reuniram na manhã desta quinta-feira (20), no plenário da Câmara Municipal de Cabo Frio para debater soluções.

"Pedir novo batalhão ou mais contingente é chover no molhado. Isso não vai acontecer. Já tive oportunidade de conversar nas esferas superiores e isso está fora de cogitação. Temos que buscar soluções inovadoras, como o policiamento digital. O monitoramento eficiente para trabalhar na prevenção de crimes, não só no combate", disse o presidente da Associação Comercial, Industrial e Turística de Cabo Frio (Acia), Walmir Porto.


Objetivo, Walmir Porto sugeriu investimento em vigilância digital

Em coro com o presidente da Acia, o coronel França lembrou uma solução imediata para os municípios aptos a participarem do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis), convênio que permite a prefeitura financiar a convocação de policiais militares de folga para reforçarem o policiamento.


Comandante quer unir força com poder público e população
"Quando tive oportunidade de aplicar o caráter técnico da segurança pública como um ente civil, sendo secretário em Niterói, tive ótimos resultados. Começamos contratando 40 policiais e chegamos a ter 150. Como comandante de um batalhão, contar com 150 homens a mais, é um sonho", destacou o coronel França, que foi uma atração à parte da reunião.

O coronel de Cabo Frio foi ovacionado e tietado. Elogiado por quase todos que usaram a tribuna na reunião que durou três horas, foi fortemente aplaudido quando o vereador Frederico de Jesus (PDT), que é sargento da Polícia Militar, antecipou que uma moção de aplausos entrará em pauta na Casa.

Iguaba tem grande participação

Único município representado pelo líder do Executivo, Iguaba Grande sai com saldo positivo da reunião. Os esforços da prefeita Grasiella Magalhães (PP) estão prestes a se transformar em uma companhia da PM para a cidade, que atualmente compartilha o comando com São Pedro da Aldeia, e pôde ouvir do comandante que o policiamento receberá reforço.

De todos os municípios, Iguaba Grande foi o convidado que mais se fez mais presente e esteve representado pela Cruz Vermelha, secretaria da Criança e Adolescente, Conselho Municipal de Segurança e Câmara Municipal, além da prefeita Grasiella.

A reunião pública foi convocada pelo vereador Emanoel Fernandes (Pros), depois que ele participou de audiência há um mês em São Pedro da Aldeia, com o comando geral da Policia Militar.

" Há poucos dias participamos de um encontro com os conselhos de segurança na Câmara de São Pedro, junto com o deputado estadual Marco Figueiredo e recebemos um pedido para que intercedêssemos, em nome dos conselhos, junto ao comando geral da PM, no Rio, e assim fizemos na semana passada. Agora, com essa reunião, esperamos ampliar a voz da nossa população, e mais do que isso, esperamos ser ouvidos, porque faz muito tempo que esperamos uma ação mais efetiva na área de segurança pública em nossa região", disse o vereador.

Ausências

Apesar da temática envolverem a todos os municípios da região, muitos nem representantes enviaram – apesar de ter presença confirmada. Araruama, Armação dos Búzios e São Pedro não enviaram representante algum; apenas membros da sociedade civil estiveram presentes.

Denúncias

O diálogo com a sociedade serviu para inúmeras denúncias emergirem. O presidente do Grupo Iguais, ONG que milita em prol da igualdade de direitos, Rodolpho Campbell fez um alerta ao coronel França sobre os crimes de exploração sexual e tráfico de drogas praticados por travestis na região do Parque Riviera e Jardim Flamboyant – lê-se rodoviária.

"Sabemos que a prostituição não é crime, mas a exploração sexual, sim. Nós que lutamos contra a homofobia não nos  sentimos representados pelos travestis da rodoviária que estão ligadas ao tráfico de drogas das áreas como Estradinha e Boca do Mato. Não podemos permitir que essas pessoas que muitas vezes vem de fora para macular uma imagem errada à nossa classe que conquistou respeito através de muita luta", frisou o militante.


Plenário e assistência da Câmara ficaram lotados 






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